História
A história de Sertãozinho não pode ser contada sem fazer referência a história Política do nosso Estado da Paraíba.
Primeiramente, deve-se fazer menção aos povos nativos que aqui habitavam quando em 1500 os portugueses aqui chegaram. Eram dois povos que habitavam a região litorânea do nosso Estado, ao Sul os Tabajaras e ao Norte os Potiguaras.
A nossa região era habitada pelos Potiguaras, sabe-se lá há quanto anos eles habitaram essa região e vale lembrar que a Serra da Copaoba, hoje Serra da Raiz e toda região em volta, era habitada por esses povos nativos.
O ataque ao engenho Tracunhaém
No ano de 1574, em um episódio que ficou conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", a índia Iratembé (Lábios de Mel), filha do cacique Ininguaçú, casada com um mameluco (que prometera permanecer na aldeia), fugiu com seu marido.
O cacique enviou emissários a Pernambuco para reclamar junto as autoridades, porém nenhuma ação foi tomada.
Ininguaçú reuniu cerca de 2.000 homens das tribos da Paraíba e do Rio Grande do Norte e atacou o engenho matando todos os moradores - proprietários, colonos e escravos.
A conquista do Paraíba acontece com muita luta entre portugueses contra franceses e potiguaras em 1583.
Somente após mais de 8 décadas, aconteceu a chegada dos portugueses ao Brasil é que foram reclamar as terras paraibanas para seu domínio e quem recebeu essa missão foi Martim Leitão que chegou no dia 29 de outubro de 1585 na Paraíba, com amigos, criados, carpinteiros, pedreiros e tudo o mais que precisava para construir um forte e dar início a sua povoação.
Para a capela, futura matriz, elegeu o alto da colina, onde foi construída sob a invocação de Nossa Senhora das Neves. Ali ficaria a primeira cidade da Paraíba, a povoação que viria a ser chamada pelos colonos de Nossa Senhora das Neves, em lembrança ao dia em que foi selada a paz com os Tabajaras.
Martim Leitão deixou Cristovam Lins para terminar a obra, e ordenou que Pero Lopes, João Tavares e os demais, fossem combater os Potiguara na Serra da Copaoba.
No dia 23 de dezembro de 1586, Martim Leitão e seus homens chegaram a Nossa Senhora das Neves partindo, no dia seguinte, para a Serra de Copaoba, deixando Pero de Albuquerque no comando do forte.
Em Copaoba, ao chegarem, as tropas, e os homens de Pirajibe, avistaram mais de 50 aldeias, umas coladas nas outras, e vastos campos de algodão, e, ao atacarem, enfrentaram pouca resistência, visto que a maioria dos homens estava ajudando os franceses a carregar o pau-brasil.
Alertados pelos sinais do combate os Potiguaras e 150 franceses, retornaram e cercaram os portugueses que ainda conseguiram destruir mais três aldeias, antes de romperem o cerco e fugirem.
Martim Leitão seguiu em direção ao litoral em busca de Tejucupapo, principal cacique Potiguar, encontrando no caminho uma grande paliçada em que se encontravam também franceses.
Seguiu-se uma ferrenha batalha que, para penetrar o forte, resultou em mais de 47 feridos e três mortos. Após o grito de vitória, mais uma nova leva de inimigos surgiu fazendo-os fugir. De volta à Paraíba, Martim Leitão, enviou duas caravelas para invadirem as naus francesas, mas essas já haviam partido, por terem eles queimado toda a carga de pau-brasil.
E, assim, os Potiguaras sumiram por alguns anos da Paraíba, indo abrigar-se do outro lado do Rio Grande do Norte.
A Guerra dos Potiguaras foi uma guerra colonial do Brasil, ocorrida por mais mais de duas décadas, entre 1574 e 1599, O longo conflito envolveu os colonizadores portugueses e mamelucos contra o povo potiguara e seus aliados, os franceses. Os tabajara foram aliados ora dos portugueses, ora dos potiguara, em diferentes ocasiões. Esse período de 25 anos é chamado pelo historiador Frans Moonen de "primeira guerra", pois os Potiguara continuaram a ser alvo de ataques ao longo dos séculos seguintes.
Por esses fatos o município de Serra da Raiz é considerado por alguns historiadores como um dos primeiros aldeamentos da então Capitania da Paraíba, pois logo após a tragédia de Tracunhaém os colonizadores portugueses junto com os índios Tabajaras derrotaram a tribo Potiguara do então aldeamento da Copaoba, região que atualmente compreende os municípios de Serra da Raiz, Belém, Caiçara, Duas Estradas e Sertãozinho, e avançaram na colonização da Paraíba.
Na história de Belém-PB, relata que no início da colonização da Paraíba no final do século XVI, entre os anos de 1587 e 1592, nas administrações do Ouvidor Geral do Brasil, Martim Leitão, e do capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho, aconteceram sangrentas batalhas na região da Serra da Copaoba, na qual está inserida grande parte do município de Belém, entre os Índios Potiguaras aliados dos franceses que exploravam o Pau-Brasil da região, e os portugueses, aliados com os índios Tabajaras do litoral paraibano.
Os Potiguaras, primeiros nativos do município de Belém, sob a liderança dos caciques Pao-Seco e Zorobabé, tentaram resistir aos ataques dos colonizadores e dos Tabajaras, porém foram derrotados e os Potiguaras tiveram que fugir para o Estado do Rio Grande do Norte. Segundo historiadores, essa batalha sangrenta na região da Serra da Copaóba dizimou cerca de 20 mil índios Potiguaras.
Já Caiçara, na sua história menciona que estava localizada numa região que era chamada pelos indígenas de Cupaóba (variação de Copaoba). Eram os Potiguaras que a habitavam por lá e o Rio Curimataú era a divisa com a terra dos índios Tapuias. Os primeiros contatos com o branco não foram com os portugueses e sim com piratas franceses.
Na história de Duas Estradas, não traz relato sobre os primeiros habitantes antes de ser colonizadas pelos portugueses, menciona somente sobre sua trajetória política como distrito criado pela lei estadual 520, de 31 de dezembro de 1943, subordinado ao município de Caiçara (Paraíba). Pela lei estadual 1962, de 21 de janeiro de 1959, o distrito passa a ser subordinado ao município de Serra da Raiz. A emancipação ocorreu com a lei estadual 2658, de 22 de dezembro de 1961 e o município foi instalado em 30 de dezembro de 1961, constituído dos distritos de Duas Estradas e Sertãozinho. Em 1994, o distrito de Sertãozinho foi emancipado e atualmente o município consiste do distrito sede.
Sertãozinho
História da cidade de Sertãozinho Paraíba - PB
Pouco se encontra registrado sobre a evolução histórica de Sertãozinho. Não se encontra nem um relato histórico sobre o período da colonização da Paraíba, após o domínio dos portugueses na região da Serra da Copaoba, deixando uma lacuna de quase três séculos entre 1586, com a partida de Martim Leitão a Serra da Copaoba, até a chegada dos descendentes de portugueses em 1884, para tomar posse das terras que compõem, atualmente, o município de Sertãozinho.
Sabe-se que a povoação de Sertãozinho, surgiu nos anos idos de 1884 (Mil Oitocentos, Oitenta e Quatro), com a vinda dos seus primeiros habitantes. A primeira casa a ser construída, foi a do Sr. João de Freitas Mouzinho.
A família Freitas, descendentes de portugueses, foi a primeira a se instalar em Sertãozinho. Depois outras famílias foram se aglomerando: A família de João Barbosa, a família de José Barbosa e a família de Manoel Dias que, juntamente com a família de João de Freitas, registram como os primeiros habitantes.
Destaca-se ainda, o Sr. Inácio de Freitas Mouzinho, grande fazendeiro de época que além de bens materiais: Terra, gado, possuía também 18 (Dezoito) escravos. Vale dizer que a família Freitas era descendentes de Portugueses.
Com Rede Ferroviária construída entre 1900 a 1902, que ligava Pernambuco ao Rio Grande do Norte, passando por Sertãozinho, muito ajudou para o desenvolvimento do então pequeno povoado.
Deve-se a construção da Rede Ferroviária, ao Sr. Odilon, engenheiro e fazendeiro, residente e Timbaúba - PE.
O primeiro nome atribuído ao povoado, foi "CRUZ DOS RATOS", denominação devida aos caminhos encruzilhados que faziam para caçar, semelhantes a caminhos de ratos.
Outra versão, dada por um antigo morador, o Sr. Florêncio da Paz, é que esse tem com os primeiros comerciantes, que vendiam seus produtos muito caro, e ao impelarem os compradores nos armazéns, os mesmos reagiam dizendo: "Vocês são muito careiros, vocês são uns ratos".
Já o nome Sertãozinho, a versão contada pelos antigos começou a partir da chegada da rede Ferroviária. Contam que o engenheiro Sr. Odilon, morava numa região do Sertãozinho de Pernambuco que se parecia muito com a região de Sertãozinho, e quando ele saia de suas terras para cá a trabalho dizia “vou do meu Sertão para o meu Sertãozinho”, daí deixaram de chamar esse vilarejo de Cruz dos Ratos e passaram a chamar de Sertãozinho.
Com a chegada do Padre Demétrio Pereira de Morais, em 2005, para administrar a área Pastoral de Sertãozinho, propôs aos moradores para que mudassem o nome de Sertãozinho para Cidade de Fátima, justificando pelo fato de ter umas das primeiras ruas da cidade se chamar Rua Nossa Senhoria de Fátima, mas os moradores não adotaram a sugestão.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Sertãozinho, pela lei estadual nº 2642, de 20-12-1961, subordinado ao município de Duas Estradas. Em divisão territorial datada de 31-XI-1963, o distrito de Sertãozinho, figura no município de Duas Estradas. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 17-I-1991. Elevado à categoria de município com a denominação de Sertãozinho, pela lei estadual nº 5918, de 29-04-1994, alterada lei estadual nº 6421, de 27-12-1996, desmembrado de Duas Estradas. Sede no antigo distrito de Sertãozinho. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997. Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Dados do município/localização
Sertãozinho é um município brasileiro do estado da Paraíba, localizado na Região Geográfica metropolitana de Guarabira, no Agreste Paraibano, a cerca de 76 Km da Capital do Estado. Possui um clima tropical chuvoso com verão seco. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2013 sua população foi estimada em 4 728 habitantes. Já o censo de 2022, aponta que esse número elevou-se para 5.054 (IBGE, 2022), com densidade demográfica de 155,72 habitantes por quilômetro quadrado. Sua área territorial é de 33 km².
Sua Fundação e Emancipação Política ocorreu em 28 de abril de 1994. O gentílico de Sertãozinho é “sertãozienhense”.
LIMITES DO MUNICÍPIO
Sertãozinho, faz limite com 5 municípios:
Leste: Duas Estradas
Sul: Araçagi e Pirpirituba
Norte: Duas Estradas e Serra da Raiz
Oeste: Serra da Raiz e Belém
FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SERTÃOZINHO
O município de Sertãozinho é composto pela Zona Urbana e Zona Rural. A Zona Urbana é formada pelo Centro e mais três Bairros: Conjunto Pedro Vieira, Conjunto Creuza Arruda e Conjunto Zacarias Pontes.
A zona Rural, por sua vez é composta pelos principais sítios: Lagoa de Baixo, Guabiraba I, Guabiraba II, Pirpiri, São José, Mascate, Marcação, Lagoa Velha, Canafístula, Boa Ventura e uma pequena Vila localizada no Sítio Canafístula.
ASPECTO ECONÔMICO
O município na economia se destaca no comercio com a feira livre, mercadinhos, lojas de confecções e de móveis, farmácias, bares, churrascarias, petiscarias, lanchonetes, padarias, frigorificos, sacolão, oficinas de carro e moto, salão de beleza, barbearias, correspondentes bancários, piscinas, depósitos de bebidas, posto de combustível, ateliê, SPA de manicure e pedicure, óticas, barracas de lanches. Também predomina na agricultura o cultivo do abacaxi, mandioca, criação de gado. Cultiva-se também feijão, milho, inhame, mas geralmente para o próprio consumo dos produtores.
No município, no setor privado, encontra-se instalado o incubatório da Guaraves com diversas granjas de galinha matriz, responsável por uma parte significativa dos empregos em Sertãozinho.
Outro setor de economia bastante relevante para o município é o setor público: município e Estado, onde oferece de 300 cargos com salários que vai de 1(um) salário mínimo a cerca de 5.000 para nível superior.
ASPECTO RELIGIOSO
MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Localizada estrategicamente no coração central de Sertãozinho, ao lado da imponente Praça Frei Damião, se encontra a majestosa Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, resplandecente em suas cores vibrantes de amarelo e vermelho escuro que adornam o seu frontal, capturando a atenção e o encantamento de todos os transeuntes que por ali passam.
A partir do ano de 2015, sob a direção do zeloso Pároco Padre Demétrio, a matriz foi submetida à mais significativa reforma de toda a sua história, avançando dois metros para cada lado, removendo-se o antigo muro frontal para ampliar mais espaço à nave da referida matriz, avançando também o seu frontal em dois metros para a frente, e elevando ao alto duas magníficas torres. O antigo salão comunitário, outrora situado por trás do presbitério, no primeiro andar, viu-se substituído pela grandiosidade de um novo presbitério e o esplendoroso altar-mor, marcando assim o início de uma nova era para este local icônico, que transcende sua própria história como um espaço sagrado de evangelização, adoração e incomparável beleza arquitetônica.
HISTÓRIA DA MATRIZ
Em tempos remotos, a história da imponente Matriz que hoje se ergue majestosa no centro de Sertãozinho revela-se como um testemunho vivo do passado que ecoa em suas paredes. Inicialmente concebida pelos destemidos colonizadores, descendentes de portugueses que desembarcaram nessas terras férteis em 1884, a família Freitas - representada pelos ilustres Sr. João de Freitas Mouzinho e Sr. Inácio de Freitas Mouzinho - deu os primeiros passos ao erigir a primeira capela. Dotada com a doação generosa de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e outra do Sagrado Coração de Jesus, a capela foi o epicentro da devoção e unidade da incipiente comunidade local.
Nos idos de 1930, em um gesto de renovação, a capela presenciou sua primeira reforma, erguendo-se então majestosamente de tijolos que resistiram até a década de 1980.
Sob a administração pastoral do memorável Padre Christiano Müffler, na década de 80, a pequena Vila Sertãozinhense testemunhou a segunda grande transformação da capela, que, de maneira radical, foi demolida para dar lugar a uma nova estrutura em forma de cruz, adornada com um frontal e uma torre que se erguiam em direção aos céus, perpetuando assim a evolução e a grandiosidade desta histórica edificação religiosa.
OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS
HINO MUNICIPAL
O hino municipal de Sertãozinho foi criado em sob a Lei de nº 03/2003, composto por 7 (sete) estrofes sendo a letra de autoria do Sr Lamarque de Araújo França e música do Sr. Maestro José Venâncio Freire e Lamarque de Araújo França.
HINO
I
Sertãozinho, nascente sobre mata
És querida e hospitaleiro,
Tua história é como uma lenda
Teu passado é lindo e verdadeiro.
II
Lembramos os bravos pioneiros
Que de vários lugares chegaram,
Trabalharam com amor e com coragem
Tuas matas e veredas desbravaram.
Refrão
Vens de grandes rebanhos,
Óh querida cidade,
Matas foi o teu berço
Cercas tua humildade. (bis)
III
Foi plantada uma nova semente,
Que por ela fostes emancipado,
E com ajuda do deus onipotente
Conseguiste ser premiado;
IV
Sertãozinho, exaltamos o teu nome,
Por um santo forte és protegido,
É Jesus que sempre te abençoa
E por ele, és sempre querido.
V
Por isso hoje nós também queremos,
No brejo fértil, deste chão plantar,
Uma vida nova, cheia de esperança,
Nesta abençoada terra cultivar.
VI
E com fé em nossa padroeira,
Nossa Senhora da Conceição,
Ela sempre nos traz felicidades
E amor no coração.
BANDEIRA MUNICIPAL
A bandeira municipal foi criada sob a lei municipal de nº 03/1998 de 06 de abril de 1998, com sua dimensão oficial, cores: azul, branco, verde e amarelo. A mesma traz um campo azul com uma estrela de cor branca ao centro com representação da cultural regional (sisal) no início do povoado e uma faixa amarela em forma de sol. Traz ainda uma faixa branca abaixo com a identificação do Município e data de sua aprovação e publicação de emancipação política.
BRASÃO MUNICIPAL
O Brasão municipal foi criado em 30 de maio de 2005, pela Lei 122/2005, constituído como segue:
Um escudo contendo uma estrela grande no centro que simboliza o nascimento do município, uma estrela menor no lado esquerdo que representa o Poder Executivo e uma outra do lado direito que representa o Poder Legislativo, a figura de um pé de agave na cor verde representando a cultura econômica do município, e um circulo na cor amarela que simboliza o por do sol, e a parte maior na cor azul simbolizando o céu.